Empreendedorismo: talento ou disciplina?

Newsletter
Assine nossa newsletter e fique por dentro das melhores notícias sobre aromas
Posts recentes

Muitas pessoas ainda associam o empreendedorismo a arte, algo que envolve talento, “tino”, algo que ou você nasce com ou nasce sem. Nossa educação formal normalmente não nos incentiva à empreender, reforçando ainda mais essa visão, tendo em vista que em geral não somos ensinados a empreender. Atualmente cresce o interesse pelo tema e se desvenda a possibilidade de desenvolver o empreendedorismo como qualquer outra habilidade. Porém, devido a cultura do “jeitinho brasileiro”, muitos ainda buscam improvisar em seus negócios.

“É preciso ter metas consistentes e disciplina para segui-las. Faça tempo bom ou faça tempo ruim, é preciso persistir em determinados objetivos estabelecidos pelas companhias.” (Jim Collins)

Impacto Cultural na Disciplina

 

Durante esta semana fui provocado a refletir, mais uma vez sobre a importância da disciplina, para o alcance dos resultados desejados. Jim Collins, considerado o maior consultor da atualidade, já destaca há alguns anos como fruto de extensa pesquisa com empresas de sucesso, que o negócio precisa ter pessoas disciplinadas, para ter pensamento disciplinado e, consequentemente, ação disciplinada.

“Todas as empresas têm uma cultura e algumas empresas têm disciplina, mas poucas têm cultura e disciplina. Quando você combina uma cultura da disciplina a uma ética empreendedora, consegue a alquimia mágica do pensamento extraordinário.”  (Jim Collins)

Em contrapartida, culturas mais empreendedoras, como a norte americana, tem por hábito criar estruturas (frameworks) e metodologias para todas as suas atividades; inclusive as de aspecto mais criativo e, por natureza, não-estruturado.

Em um podcast recente, NerdCast Speak English 07 – Experiências Formais em Inglês, brasileiros que moram nos Estados Unidos e tiveram a experiência de trabalhar e estudar lá destacavam tal diferença cultural: lá espera-se que você siga um “roteiro” ou estrutura para cada objetivo; seja na venda de um produto, seja para fazer perguntas acadêmcias ou reclamações formais sobre um serviço recebido em uma empresa.

Empreendedorismo Disciplinado

 

Aprofundando a reflexão para o mundo dos negócios, a atividade comercial, como vendas, historicamente relacionada a habilidades interpessoais e de persuasão, está sendo revolucionada por novos paradigmas, como o abordado no livro Receita Previsível de Aaron Ross, introduzindo método e disciplina aos processos de venda, e introduzindo novos termos como outbound marketing e “máquina de vendas”.

Veja também o caso dos processos de inovação, permeadas por novas metodologias e ferramentas como Business Model Canvas, Lean Startup e Design Thinking. Mesmo dentro de processos de criação, modelagem e desenvolvimento de idéias de negócio, visam oferecer uma estrutura de passos a serem seguidos; isto também é disciplina.

O Diretor do Centro de Empreendedorismo do MIT, Bill Aulet, afirma ser possível ensinar praticamente qualquer um a empreender e traz em seu livro Empreendedorismo Disciplinado uma metodologia de 24 passos para que uma empresa alcance o sucesso ou aprenda mais rápido sobre o que não está funcionando (fail fast) e use isso como insumo para sua mudança.

“O empreendedor tem de ser muito disciplinado em sua carreira. Porque, se ele não for, simplesmente não terá dinheiro para pagar seus funcionários no final da semana” (Bill Aulet)

Em suma, possuir uma estrutura ou metodologia, como parte de um processo de planejamento, nos permite identificar o que funciona conforme previsto e o que saiu do planejado; consequentemente nos permite ajustar tal planejamento para alcance dos objetivos desejados. Sem essa estrutura, faltam os aprendizados desejados, então a necessidade de mudança pode não ser identificada em tempo hábil; ou pior, nunca ser identificada.

Portanto, para possibilitar a gestão – seja de mudança, seja de resultados; necessitamos da disciplina, para que nosso empreendedorismo seja disciplinado, não aleatório, planejado. Precisamos controlar o destino do nosso barco, ou seremos lançados em alto mar, a deriva, navegando ao sabor dos ventos e da maré. Com disciplina, ainda que não haja vento, é possível remar na direção certa e chegar ao destino desejado.

Receba conteúdos exclusivos no seu e-mail