O pós-crise sempre é marcado por grandes mudanças na economia: algumas empresas não conseguem se recuperar; outras se recuperam a curto, médio ou longo prazo; e mais algumas surgem, alterando o ranking econômico de liderança. Isso ocorre devido ao comportamento cíclico da crise econômica, onde em determinados momentos haverá crescimento da atividade econômica e, em outros, haverá retração.

Para monitorar o crescimento dessa atividade, alguns indicadores como demanda por consumo, taxa de lucro das empresas, taxa de investimentos, taxas de desempregos e o PIB – Produto Interno Bruto, são normalmente avaliados. 

Contudo, é importante destacar um novo indicador que será necessário avaliar para esse atual momento: o risco de vida das pessoas.

 

“Previsão, adaptabilidade e resiliência ajudarão os líderes a avançar onde puderem, a recuar o mais rápido possível e a adaptar-se conforme necessário”

 

De acordo com a Bain & Company, a capacidade de previsão, adaptação e resiliência das empresas, a invenção, por meio da criação de novas tendências, e a inovação, por meio da evolução de tendências existentes nos modelos de negócios, serão decisivos na indicação dos novos líderes de mercado pós-Covid-19.

Quanto a capacidade de “Previsão”, ela corresponde a habilidade em se antecipar às mudanças do futuro. É preciso manter a capacidade de antecipação de previsões pontuais periódicas ao monitoramento contínuo de eventos. Já a
Adaptabilidade”, questiona-nos o quão ágil nós somos para nos adaptar às mudanças? É preciso manter a agilidade do planejamento estratégico até às responsabilidades. Por fim, a capacidade de “Resiliência”: Você é resiliente o suficiente para suportar imprevistos? É preciso manter o foco na eficiência do curto ao longo prazo.

O retorno ao trabalho fora de casa é o marco inicial para a recuperação e para a reorganização do negócios, no entanto, a adaptabilidade é o que vai garantir que os líderes pensem de forma mais dinâmica para responder às necessidades dos clientes que serão identificadas por meio da previsão e que estarão surgindo mais rapidamente que o convencional. Constantemente, temos que procurar respostas para algumas perguntas direcionadoras, com o foco no cliente:

 

Previsão: Como podemos rastrear a flutuação da demanda (objetivo) para o cliente (stakeholder) para que possamos atendê-lo mais rapidamente, quando e onde eles aparecerem (noção de sucesso)?

Adaptabilidade: Como podemos criar ações sólidas (objetivo) para o cliente (stakeholder) para que a demanda seja estimulada (noção de sucesso)?

Resiliência: Como podemos implementar soluções alternativas (objetivo) para o cliente (stakeholder) para que possamos garantir que as cadeias de valor sejam viáveis (noção de sucesso)?

 

A relação da demanda e oferta com o retorno ao trabalho

 

As empresas que podem proteger seus colaboradores e criar o máximo de experiência com agilidade, desenvolverão uma vantagem competitiva e acelerarão mais rapidamente com a crise. Isso ocorre porque, apesar de sabermos muito mais sobre a Covid-19 do que o que sabíamos em março, os principais aspectos ainda são incertos: o vírus; a imunidade; o desenvolvimento da vacina; o tratamento. E paralelamente, a pressão para retomar às atividades aumenta, devido aos declínios no varejo e na manufatura.

A seguir, apresentamos 3 desafios que fazem parte da realidade de retomada ao trabalho:

 

  1. Estimar a quantidade de pessoas que precisam voltar a trabalhar fisicamente: A volta ao trabalho está intimamente ligada à demanda e oferta. Quanto a demanda, corresponde a identificação clara e segmentada do que o cliente está tendo como necessidades. Já a oferta, está relacionada a avaliação de como o seu negócio tem que adaptar as áreas, ajustar as necessidades de força de trabalho e a urgência de devolver diferentes grupos de trabalhadores a seus empregos e locais de trabalho, bem como, a avaliação de como os seus fornecedores podem acompanhar a demanda.
  2. Garantir a segurança dos colaboradores que retornam às atividades presencialmente: É necessário atentar-se aos fatores que determinam como o vírus se espalha e, a partir deles, adaptar a infraestrutura, estabelecer as mudanças de comportamento individual e definir o plano de mitigação de riscos que seja capaz de avaliar a proximidade entre os colaboradores, a natureza de contato no dia a dia de trabalho, a duração ou permanência em locais de trabalho, o número de interações que ocorrem entre os colaboradores e a capacidade de rastrear e remover os colaboradores por meio de protocolos de contágio.
  3. Estabelecer o retorno gradativo ao trabalho presencial: Com o aprendizado do trabalho remoto e a identificação das atividades que não necessitam ser desempenhadas, a quantidade de colaboradores que retornam ao trabalho deve ser gradativa e em fases, onde, em meio a contratempos, será possível retomar ao trabalho remoto sem grandes impactos.

 

Plano de ação de retorno ao trabalho

A Bain Company sugere que desenvolver uma campanha pragmática para voltar ao trabalho é o melhor caminho e pode ser feito em quatro etapas:

 

  1. Avançar: Deve-se garantir que os colaboradores terão seu retorno ao trabalho por meio de fases, onde novas fases implicarão em novos colaboradores que serão adicionados aos postos de trabalho ou em fases já existentes que serão aumentadas ao longo do tempo;
  2. Recuar: Deve-se preparar para possíveis mudanças nas condições de trabalho entre colaboradores e fornecedores, onde será possível que as fases impliquem em uma minimização da quantidade de colaboradores ou retirada total novamente; 
  3. Adaptar: Deve-se criar ciclos rápidos de feedbacks para aprender e aplicar as lições aprendidas rapidamente;
  4. Repetir: Deve-se ter resiliência para definir aqueles que terão a capacidade de recuar, adaptar e tentar novamente.

 

Voltar ao trabalho vai significar reformular a empresa, mudar as velhas formas de trabalhar e aproveitar o novo modelo de trabalho para desenvolver uma cultura mais forte entre os colaboradores.