Sem dúvida, a globalização foi uma das maiores transformações socioeconômicas das últimas décadas. A possibilidade de diminuir a distância entre os países proporcionou muitas mudanças. Porém, nem todas positivas. Com a facilidade de interação intensa entre países e continentes, o efeito coronavírus mostra como estamos frágeis às epidemias e crises. No caso do coronavírus, que era pra ser uma epidemia local, em uma região da China, hoje é global e tão poderosa que derruba as bolsas de valores das maiores nações, fecha fronteiras e, o pior de tudo, mata milhares de pessoas.
Com isso, a projeção de crescimento de nosso país – que era de 2,4% em 2020, antes do coronavírus -, despenca a números próximos de 0. Aquela perspectiva de um ano melhor vai se desfazendo rapidamente, já deixando em alerta os economistas, que começam a projetar um ano de recessão. Não obstante, a demora para aprovar reformar importantes, como a tributária e a administrativa aumentam ainda mais as consequências desse momento.
Ou seja, sabe aquele planejamento que sua empresa fez em 2019 para o ano de 2020? Pois é, não serve mais. Agora é planejar como crescer em um cenário muito mais incerto, desafiador e turbulento. Porque esse já é o cenário mais habitual daqui pra frente.
E tudo isso me faz lembrar uma frase de Tom Peters, guru da inovação que assim falou “Hoje em dia gostar de mudança, de tumulto e até de caos é um pré-requisito para a sobrevivência, para não falar do sucesso” Pois é amigos, agora é se preparar para os próximos capítulos, rever estratégias e ações, e fortalecer o poder de atendimento do time, para aproveitar o momento de turbulência, para crescer, porque certamente muitas empresas ficaram em “banho maria” esperando essa crise acabar.
Muitos perderão e uma pequena fatia das empresas ganharão ou prosperarão. E qual o segredo para em momentos de crise ser próspero?
Posso dizer com absoluta certeza que não existe essa poção mágica. Por outro lado, as empresas que prosperaram em tempos de crise tiveram algumas características em comum. São elas:
- Foram resilientes… entenderam que o momento difícil exigia uma movimentação diferente da empresa.
- Revisaram planejamento estratégico, processos, produto, necessidades do marketshare, etc.;
- Investiram em pessoas, através de treinamentos, processos de meritocracia, cultura organizacional… porque, via de regra, a mudança acontece na execução e isso tem a ver com gente;
- Realizaram trade offs (deixar de fazer coisas), porque é preciso rever produtos e serviços, para que eles estejam em sintonia com a nova necessidade do cliente;
- Implementaram ou implantaram um sistema de relacionamento com o cliente, para que suas reais necessidades pudessem ser entendidas; e
- Inovaram… descobriram novas formas de fazer negócios e de implementar seus produtos e serviços.
- Se tornaram digitais… e a COVID 19 vai acelerar ainda mais esse processo de transformar quase todos os negócios em digitais.
E por onde começar? Segundo Jim Collins – maior consultor da atualidade –, devemos começar primeiro pelas pessoas, todo o resto vem depois. Sem as pessoas certas e bem preparadas, o planejamento, os processos e todo o resto se torna falho ou limitado. É preciso definir o time. Após isso, dar as ferramentas, alinhar estratégias e planos de ação, investir em treinamentos e CRIAR CONEXÃO com os clientes internos e externos.
Muitas empresas erram em suas estratégias porque realizam implementações pontuais e desconexas, sem um entendimento macro. Isso faz com que essas implementações tenham um efeito bem menor do que ele poderia gerar, causando sensação de limitação e impotência.
Ou seja, não basta ter a intenção da mudança e a implementação de parte da intenção. É preciso consistência nessas mudanças.
E, para começar, sugiro uma pequena reflexão: Como a sua empresa é vista hoje pelos seus clientes (internos e externos)? Como você gostaria que ela fosse vista? Como transformar esse gap em estratégia e ação? E como utilizar a tecnologia para agregar valor à experiência do cliente?
Pense nisso, não espere a situação piorar ainda mais. Inicie agora mesmo a mudança, antes que a falta dela acabe com o seu negócio.