10 lições de Inovação para 2018

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A Apple tem sido um ícone da inovação. Em uma época de mudanças rápidas, é surpreendente a permanência da empresa entre as referências do mercado. Neste ano, ele retorna ao primeiro lugar do ranking na lista anual de empresas mais inovadoras da Fast Company (Most Innovative Companies list). A Apple é o único negócio que passou pelos critérios dos editores para participar da lista todos os anos desde 2008. Contudo, em entrevista realizada com Tim Cook, CEO da Apple, a empresa passou por muitos obstáculos ao longo do caminho e isso faz parte da receita para permanecer inovadora, já que a inovação raramente se desdobra em um linha reta.

Embora muitos equipamentos ambicionem emular o sistema da Apple, é a capacidade de adaptação da empresa que realmente a diferencia. A cultura da Apple combina esforço intenso, altos padrões e disposição para criar novos caminhos, mesmo que esses caminhos possam ameaçar os produtos existentes da empresa. Quem imaginaria que nós nos livrariamos das unidades de disco que eram centrais nos computadores pessoais? Ou dos headphones? Ou até mesmo do botão HOME no celular, como a Apple tem com o iPhone X?

As empresas mais inovadoras deste ano são repletas de exemplos inspiradores de criatividade, disciplina e adaptação aos novos cenários. A seguir, apresentamos 10 lições extraídas com base na Fast Company – Most Innovative Companies list, a partir de entrevistas e avaliações realizadas com as empresas mais inovadoras do ano de 2018. Essas lições podem ser consideradas como um roteiro para o próximo ano, um “snapshot” do que é mais importante na economia de inovação, em rápida evolução.

 

“O que permite que organizações inovadoras – e seus líderes – continuem avançando é a esperança de que o amanhã trará realizações ainda mais satisfatórias. ” – Robert Safian.

 

Não olhe para baixo…: Segundo Cook, a Apple não está obcecada com o preço das ações. Concentrar-se no que ele chama de “relógio de 90 dias” (90-day clock) dos relatórios de lucros trimestrais, distrai das estratégias de longo prazo e dos investimentos que são, na verdade, a fonte do sucesso da Apple. Em vez disso, a empresa está sempre olhando para o futuro. Isso pode soar surpreendente, dadas as pressões do mercado atual e o consistente histórico de lançamentos de produtos, pelo menos anuais, da Apple. Mas os prazos que importam, diz Cook, vêm das expectativas internas. Há um equilíbrio entre velocidade – uma necessidade e desejo de continuar melhorando – e paciência: a determinação de nunca liberar um produto que esteja aquém de padrões auto-definidos para excelência e progresso.

…mas observe o seu passo: Notavelmente ausentes da lista deste ano estão os gigantes da tecnologia, Alphabet e Facebook. Isso porque os dois, de maneiras diferentes, participavam da corrida, mas tropeçaram. Nenhum deles se descreveram como apoiadores de notícias falsas ou de conteúdos tendenciosos e infundidos, mas também eles mesmo não fizeram o suficiente para se proteger e/ou proteger seus usuários. As empresas não podem se esconder das conseqüências de suas ações, mesmo que essas conseqüências não sejam intencionais. E é importante lembrar que consertar o problema depois do fato, como está acontecendo, pode acarretar um custo bem significativo.

A responsabilidade está no espelho: Toda empresa pode ser uma plataforma de impacto cultural, e não simplesmente realizar os velhos programas corporativos de responsabilidade social de forma isolada. A Patagônia, por exemplo, teve um ano excepcional no âmbito financeiro e na opnião pública, justamente por ter investido no ativismo ambiental. Segundo Rose Marcario, CEO da Patagonia, “fazer um bom trabalho para o planeta cria novos mercados e nos gera mais dinheiro”. A empresa investiu em novas iniciativas de reciclagem e materiais sustentáveis, além de desafiar várias políticas governamentais. Já a CVS prosperou ao remover os produtos químicos “preocupantes” de suas prateleiras, bem como as classes de alimentos não saudáveis.

A transparência não é radical: Por qual motivo uma empresa divulgaria voluntariamente sua margem de lucro em cada item vendido? A grife americana de roupas, Everlane, não está envergonhada com o que os consumidores vão descobrir, e isso, por sua vez, pressiona todos os concorrentes a serem mais abertos. Outro exemplo é a Brandless, que se aliou aos consumidores ao trabalhar com transparência – oferecendo embalagens claras e simples, destacando melhor o próprio produto e não o “sonho” que ele vende – e preços mais baixos do que os da concorrência.

Diversidade é oportunidade: Temos 3 grandes exemplos que investiram na diversidade e alcançaram o topo do ranking. O primeiro deles, a Marvel Studios, que reforçou sua posição de liderança ao apostar em novos tipos de heróis. Em seguida, a Netflix, fazendo questão de atrair as crianças de Bangkok que se transportam em motocicletas. E, por fim, a Sephora, a qual tem como alvo os produtos para uma gama de tons de pele mais ampla, incluindo uma parceria com a nova marca Fenty Beauty da Rihanna.

Momentum é poder: A Apple não é a única gigante tecnológica a se beneficiar de um ecossistema integrado. A Amazon demonstrou que o grande não precisa ser lento, desde a rápida integração do Whole Foods até o lançamento de novos dispositivos Echo. A China’s Tencent, maior e mais utilizado portal de serviços de internet da China – bate-papo, mídia, finanças e muito mais – teve um crescimento de 59% na receita.

Os solistas ainda se destacam: Também temos 3 grandes exemplos, mas que nesse caso estão focados na sua proposta de valor, são eles: Spotify, DJI e Compass Group. O primeiro deles (Spotify) focado na música, já afastou, até o momento, rivais como a Apple, com receita acima de 52% e mais de 140 milhões de usuários ativos globalmente. Já a DJI, loja de Drones, transformou o drone em uma arte! E, por fim, o Compass Group, que acumulou peso suficiente no setor de serviços alimentícios e vem mudando o que comemos – para melhor.

O esperado pode ser inesperado: A Sugarfina vem redefinindo a ideia da loja de doces, enquanto a Diamond Foundry está substituindo as joias pelos diamantes artificiais. O mais curioso está no caso da Waze, a qual desafia o consumidor a aceitar de forma “melhor humorada” os engarrafamentos diários.

A Inteligência Artificial está em toda parte: As máquinas não assumiram o controle, mas estão ativando novas atividades, como: a pesquisa visual no Pinterest; as listas aprimoradas de trabalho via Textio; e o planejamento de viagens aprimorado e em tempo real via Hopper. Até mesmo encanadores, cuidadores de cães e faxineiros podem tirar proveito da IA, através dos algoritmos de correspondência entre o cliente e o prestador de serviço da startup Thumbtack.

O dinheiro fala: Por mais banal que seja, o dinheiro é quem dita a ação. Existe uma onda extremamente promissora de novos esforços para consertar modelos de financiamento quebrados. A Social Capital tem mirado na venture capital, enquanto a Ford Foudation está indo atrás de filantropia. Já o pessoal da GiveDirectly está colocando milhões em prol de um teste de renda básica universal, onde o modelo permite que o beneficiário, e não o doador, escolha a melhor forma de usar o dinheiro.

Autor: Artur Medeiros de A. Nunes

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