Era Pós-digital: A novidade virou commodity

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Você ainda está tentando se adaptar a Era Digital? Se sim, comece a se preocupar, porque quando conseguir já estará defasado. Isso mesmo, a Era Digital já é coisa do passado. As novas gerações já estão nascendo com um “chip digital” e coisas como e-mail, internet, redes sociais, só notamos que existem quando elas faltam.

As inovações fazem parte da humanidade desde os tempos das cavernas e provocam mudanças de comportamento nas pessoas. O digital não é mais inovação, pois já é comportamento comum e esperado de todos. Já virou commodity. O mundo online e offline já não possuem fronteiras definidas. A Era Pós-digital está sendo criada pelas pessoas do presente, por você e eu, e vai ser caracterizada pela próxima grande mudança de comportamento da humanidade. Assim como o fogo, a agricultura, o metal e a eletricidade, o mundo digital modificou a forma como as pessoas se comportam.

Imagine que equipamentos que já conhecemos há anos, como geladeira, fogão, televisores, e até automóveis, são capazes de se conectar a outros aparelhos, como câmeras, termômetros e celulares, e tudo isso através da internet, sem que seja necessário a intervenção humana. Esse é o conceito de um termo que talvez você já tenha escutado: a Internet das Coisas (IoT).

Essa rede conectada é capaz de ajudar a salvar o planeta através dos dados coletados pelas máquinas, os quais irão orientar a humanidade na otimização de recursos e na economia de tempo e dinheiro, desde o gerenciamento da utilização das luzes até a temperatura do banho ou monitoramento da quantidade e do tipo de lixo produzido em cada lar.

Sendo assim, a comunicação entre as máquinas proporciona dados de consumo, ajuda a identificar problemas e, consequentemente, soluções. O seu smartphone, por exemplo, é cheio de sensores, está conectado a outros aparelhos através da internet e sabe uma quantidade enorme de informações sobre seus hábitos – que horas você acorda, quantos passos dá por dia, quanto tempo você gasta nas redes sociais – e, no futuro, saberá muito mais.

 

Mas de que forma conseguimos lidar com essa imensa quantidade de dados, frutos da comunicação entre as máquinas?

 

Atualmente, existem computadores analisando e classificando esses dados para que os seres humanos tomem melhores decisões do que fazer com toda essa informação. E o que mais importa na maioria dos casos não é nem o retorno sobre o capital investido, mas sim o retorno sobre o aprendizado decorrente da análise dessa quantidade imensa de informações.

Um exemplo bacana para ilustrar a diferença entre as eras é a comparação entre o GPS (símbolo da Era Digital) e o WAZE (símbolo da Era Pós-Digital). Veja só que interessante: O GPS é estático, é fixo, ele está preocupado com o seu destino final, não importa como você vai chegar até ele. Já o Waze está mudando o tempo inteiro, está avaliando novas rotas, novas possibilidades, e ele não analisa só o seu destino, ele analisa o seu trajeto, a melhor forma de você chegar ao seu destino final.

A Era Pós-digital também tem como característica a sincronicidade, que está associada a fase de vida que as pessoas estão. Agora, as pessoas não mais são, mas estão. Os bancos de dados das empresas estão carregados de informações, como: nome, idade, sexo, endereço (…) e agora precisam ser atualizados para refletir o que realmente importa no momento atual da vida de cada consumidor. Os hábitos de compra e as necessidades se modificam completamente se o indivíduo for, por exemplo, um pai recente, tiver um animal de estimação, divorciado, iniciando a prática de algum esporte e vegetariano. Perceba que o momento de vida atual é o que realmente interessa e uma pessoa que nunca consumiu determinada marca, em breve, poderá passar por algum evento na vida que a tornará um potencial cliente.

 

Mas como descobrir informações pessoais sobre a sua audiência?

 

A era pós-digital permite e permitirá ainda mais a descoberta dessas informações, graças às ferramentas que existem ou estão por serem inventadas. A sincronicidade sempre existiu de certa forma na vida das pessoas. A diferença é que, daqui para frente, será possível utilizá-la para melhor criar valor ao seu público. Evite gastar recursos tentando atingir uma audiência que não está interessada no que você vende. Muitos empreendedores se excitam com as ferramentas e possibilidades e acabam criando ações de marketing que caem no buraco negro da irrelevância, justamente por não entender os problemas reais e necessidades dos seus clientes.

Dessa forma, é preciso que o empreendedor da Era Pós-Digital se torne um “nexialista”, ou seja, alguém capaz de ver algum nexo em toda a complexidade do sistema e liderar a equipe para direção correta. Para explicar o que é um nexialista, Walter Longo cita o exemplo do livro A Viagem no Space Beagle, escrito na década de 50, onde uma espaçonave deixa a terra levando diversos especialistas em áreas diferentes, mas apenas uma pessoa não era especialista em nada, era o nexialista. Sempre que a espaçonave estava em perigo o nexialista coordenava os trabalhos dos diferentes especialistas da equipe para que eles colaborassem, unissem suas habilidades e resolvessem seus problemas da melhor forma possível.

 

E quais são os problemas mais frequentes?

Vendas, marketing digital, design, pesquisas, patrocínios, branding, precificação e suporte – o empreendedor da nova era, de fato, precisa assumir o papel dos nexialistas para conectar essas diversas áreas com a estratégia do negócio.

Autor: Artur Medeiros de Araújo Nunes.

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