Com que frequência sua empresa analisa o posicionamento interno e externo frente ao mercado? Está claro para todos da empresa quais são os principais pontos fortes e fracos? Quais as oportunidades sua organização tem, e quais ameaças ela enfrenta? E se está claro, como a equipe tem usado essas informações para melhorar seu posicionamento?
No artigo a seguir, apresentamos como a análise SWOT pode contribuir com essas e outras questões estratégicas, as quais são de suma importância para a permanência e evolução da organização no mercado atual.

Retomando os questionamentos iniciais do artigo, eles estão claro para você e sua equipe? Se a resposta for “não” para a maioria das questões anteriores – senão todas –, está na hora dedicar um tempo entre os membros chaves da organização e realizar a aplicação desta ferramenta estratégica bastante visual, chamada: Análise SWOT.
Ela é uma ferramenta utilizada para analisar forças (Strengths) e fraquezas (Weaknesses) de uma organização, e identificar oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats) em potencial. Apesar de ser muito atraente por sua simplicidade, seu uso pode levar a discussões muito vagas, pois sua própria natureza aberta oferece pouco direcionamento no que diz respeito a que aspectos analisar. Como resultado, podemos ter carência de respostas úteis, o que tem gerado um certo cansaço da SWOT entre os gerentes das organizações.
Entretanto, a SWOT tem como objetivo definir estratégias e gerar clareza no momento da tomada de decisões importantes para o futuro da empresa. Tanto que, na construção do planejamento estratégico, a SWOT é indicada para fase de estudo de mercado e definição do cenário atual, de modo que sua empresa possa compreender melhor qual a situação atual, onde ela deseja chegar e qual a melhor maneira de fazer isso.

E como minha organização implementa a análise SWOT?
Inicialmente, reúna-se com sua equipe para fazer um brainstorm e comece desenhando 4 quadrantes, onde você irá preencher as Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças da sua empresa e do seu mercado. As respostas podem ser escritas em um papel ou no editor de texto. E uma técnica que pode ajudar a analisar melhor, é pontuar cada um dos itens listados para descobrir quais os de maior e menor importância.
Para os aspectos internos, ou seja, as forças e fraquezas da sua empresa, podem ser listados, como exemplo, os fornecedores, equipe, clientes, concorrentes, tecnologia disponível, reputação, equipamentos, localização, etc. Responda as seguintes questões para identificar o que são forças e o que são fraquezas:

– As nossas propostas de valor estão alinhadas com as necessidades dos clientes?
– Existe sinergia entre nossos produtos e serviços?
– Qual o grau de satisfação do nossos Clientes? Conseguimos retê-los?
– Estamos continuamente conseguindo novos clientes?
– Nossas receitas são previsíveis e diversificadas?
– As nossas operações são eficientes em relação aos custos?

 

Figura: Exemplos de Forças e Fraquezas Internas

Agora que você identificou os aspectos internos, aqueles que sua organização pode controlar, está na hora de enxergar melhor o cenário que pode afetar seu sucesso, como tendências na área, economia nacional e internacional, mudança de perfil de pessoas da área, alterações de legislação, eventos nacionais e internacionais e mudanças culturais.
Vamos começar com os aspectos positivos do mercado, as oportunidades:

– Podemos integrar melhor nossos produtos ou serviços?
– Podemos nos beneficiar de um mercado crescente?
– Podemos atender novos segmentos de clientes?
– Podemos aumentar preços? Podemos reduzir custos?
– Podemos substituir nossas receitas de transações únicas por receitas de recorrentes?

Considere agora os aspectos negativos, as possíveis ameaças:

– A concorrência ameaça oferecer melhor preço? E valor?
– Nosso mercado pode ficar saturado?
– As fontes de receitas podem desaparecer no futuro?
– Existe a possibilidade de enfrentar uma interrupção no fornecimento de certos recursos?
– Os custos ameaçam se tornar imprevisíveis?

 

Figura: Exemplos de Oportunidades e Ameaças Externas

– OK, respondemos as perguntas e os 4 quadrantes estão preenchidos. Qual o próximo passo?
Após preencher a matriz SWOT, pontuando cada um dos itens, segundo seu grau de prioridade, é necessário que sejam realizadas correlações entre os quadrantes da matriz, determinando: quais forças podem potencializar quais oportunidades, quais forças podem combater quais ameaças, o que deve ser feito para que as fraquezas possam ser convertidas em forças, assim como, o que deve ser feito para que as ameaças tornem-se oportunidades.
Conforme figura abaixo, o objetivo desta etapa é potencializar os pontos positivos, combinando forças internas com as oportunidades externas, e minimizar/evitar os pontos negativos (fraquezas internas e ameaças).

 

Figura: Correlação entre os quadrantes da SWOT.

Agora imagine que seu negócio seja um hotel em Natal/RN, às vésperas da Copa do Mundo de 2014, e, realizando a análise SWOT com sua equipe, vocês tenham chegado no seguinte resultado:

 

Realizando a correlação entre os quadrantes da matriz conseguimos elaborar um plano de ações para fazer a estratégia funcionar:
Ação 1: Aproveitar a oportunidade da alta do dólar (reais mais baratos para estrangeiros!) para criar pacotes internacionais com preços que compensem a fraqueza dos altos custos operacionais;
Ação 2: Aproveitar as forças dos serviços gastronômicos e atividades indoor para atrair e encantar os hóspedes que se sentirem prejudicados pelas ameaças do índice de criminalidade na cidade e do transporte precário.
Ação3: Criar um programa de capacitação dos funcionários para diminuir a fraqueza do atendimento e aproveitar melhor a oportunidade da Copa do Mundo.

#DicaExtra: Agora que sabemos realizar a Análise SWOT, uma outra arma poderosíssima para redefinir seu posicionamento estratégico de forma completa é combinar a SWOT com o Business Model Canvas da sua Empresa. A ideia é simples: Construa uma matriz SWOT para cada um dos 9 elementos do canvas. Mãos à obra!