Esse texto não é sobre o que aprendi nos livros, mas na vida.

Hoje com 29 anos, percebo que as maiores contribuições que ofereço, seja no trabalho, na faculdade ou nos conselhos para amigos, se deve ao grande número de experiências diferenciadas que tive a oportunidade de vivenciar.

Mas essas experiências não podem ser pretéritas, imperfeitas, perfeitas ou mais que perfeitas elas devem se transportar ao presente e, para mim, são chave devido à grande obstinação que tenho em buscar conectar pontos e buscar na memória intercessões da situação atual com algo vivido no passado, que aparentemente podem ser vistas como completamente distintas.

Foi fritando batatas em uma rede de fast food que aprendi a importância da padronização e do trabalho prescrito. Nesse mesmo restaurante foi onde vi em primeira mão a apreciação que um gerente ganha ao executar tarefas operacionais de base, mesmo que por alguns minutos.

Minha primeira grande lição em gestão de estoques e desperdício, veio de quando eu trabalhava em uma delicatessen e meu chefe disse “Toda manhã tem que haver pelo menos uma pão de desperdício”, o que não fez sentido imediato para mim, se tornou claro como uma manhã de sol quando ele completou: “Só tenho a certeza que nenhum cliente voltou para casa insatisfeito pela ausência de pão, se no dia seguinte quando eu chegar estiver pelo menos um para que eu jogue fora.”

Hoje no final da minha graduação de engenharia de produção vejo como isso foi significativo para que eu pudesse visualizar os conceitos de ruptura, estoques mínimos, desperdício, produção enxuta e gestão de estoques, com um olhar próprio, ouso até dizer, experiente.

Utilize toda e qualquer vivência ao seu favor, as minhas gosto de chamar de meu repertório.

Para isso é imprescindível viver os momentos ativamente (cá entre nós viver é muito melhor que sobreviver), dessa forma no futuro as memórias vão estar acessíveis para que você realize conexões mais facilmente.

Toda atividade, por mais banal, rotineira ou mecânica que pareça tem um porquê, e eu adoro me questionar sobre isso, foi assim que lançando nota fiscal em um sistema comecei a enxergar furos no plano de contas de uma empresa.

A curiosidade me levou a estudar e aprender coisas que não se ensina na escola.

Parafraseando Jorge Aragão, ‘não estou dando, nem vendendo como o ditado diz. O meu conselho é para te ver “crescer”’ (peço a licença poética para substituir essa última palavra, e exemplificar como podemos aplicar lembranças inusitadas para contribuir em momentos futuros, desconexos à primeira vista):

– Viva (não sobreviva, viva mesmo) experiências diferentes, saia da zona de conforto, se permita;

– Treine encontrar conexões entre situações distintas, use seu repertório a seu favor;

– Seja curioso, podemos extrair mais de tudo o que fazemos.;

Bônus feature, tente explicar a mesma coisa de maneiras distintas, busque utilizar metáforas em suas explicações, é um estímulo para buscar semelhanças em situações distintas.

Autor: Louise Fonseca.